segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Timbre Coletivo dedica uma poesia ao Projeto de Maracatu PEDRA DE RAIO da cidade de São José do Rio Preto.
Maracatu, o mar acatou-te
levou os batuques
para tilintarem em suas ondas azuis
De onde vens Maracatu, das pedras alheias
ou dos bolsos do Zumbi
entre jangadas negreiras?
Por que raias acanhado Maracatu
no sol pobre do dia
clareias tu mesmo ou as impávidas alfaias seresteiras?
De onde pescas tuas percussões aeróbicas
da calda marrom do ganzá
ou da ótica calma do estouro?
Quem avançou no teu terreiro
e voou com os pedaços
de lenha viva do teu pandeiro?
O ritmo te sacode Maracatu
dentre cada copo de raio
teu baque virado chacoalha
Salve-me que agarro-lhe
pois teu couro tem cara
e peles de chumbo
Manifesta teu invoco
trinta baianas
trinta caboclos
Maracá tu nuncas cessou
nem se quer entre os tambores
em suas pancadas, tu não silenciou
Sobrevoa a enxurrada que em ti não decolou
e, carregues sempre um beijo
e uma rajada barulhenta de um Nagô.
Ubirathan (FEL)
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